quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Turismo cresce 15,9% em Santa Catarina

Embora o faturamento continue caindo no setor de serviços em Santa Catarina, os dados sinalizam estabilidade no nível de queda. O setor está no vermelho desde julho do ano passado. Segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada pelo IBGE nesta quarta-feira, a receita nominal dos serviços no Estado retraiu em 0,4% em junho na comparação com o mesmo mês do ano anterior. No acumulado de 12 meses, a variação ficou em -3,3%. No Brasil, o índice registrou alta de 3,2% em relação a 2016 e 0,6% de junho de 2016 a junho de 2017.
As atividades turísticas, que costumam puxar os indicadores para cima em Santa Catarina, tiveram alta de 15,9% na comparação com o mesmo período de 2016 e de 7,9% no resultado acumulado em 12 meses, acima da média nacional de 2,1%.
Esse resultado foi visível em Balneário Camboriú e região. Segundo João Francisco Barão, presidente do Convention & Visitors Bureau, associação que reúne empresas de turismo, em julho de 2017 a taxa de ocupação na hotelaria foi 25% maior do que no ano passado. Ele atribui isso à ampliação no movimento do Aeroporto de Navegantes, ao fato de que os brasileiros estão viajando mais dentro do país e ao trabalho de divulgação feito em parceria do setor privado e prefeitura, que divulgou região em mais de 30 cidades de outros Estados, como São Paulo e Minas Gerais.
— Ano a ano Balneário Camboriú vem se consolidando como destino turístico em julho.
Embora uma cidade de praia, muito do movimento no inverno se deve às casas noturnas, famosas no mundo inteiro, e a atrações vizinhas que têm Balneário Camboriú como um polo hoteleiro, como o parque Beto Carrero World.
O presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt, pondera que a redução na inflação, a recuperação da renda das famílias e início da retomada do crédito no Estado devem influenciar positivamente nos números ainda neste ano.
— Seguindo a tendência geral da economia, os serviços apresentarão melhores desempenhos no decorrer de 2017, mas não será uma forte recuperação. O cenário ainda é de bastante cautela por parte da indústria e de crise fiscal nas esferas governamentais, dois dos principais demandantes dos serviços - avalia.
O resultado negativo no mês foi puxado pela queda de 12,3% na receita do segmento de informação e comunicação. Na avaliação da Fecomércio SC, esses serviços tendem a ser os últimos a apresentar resultados negativos, já que as atividades são fundamentais para o funcionamento dos negócios, mas também os últimos a saírem da crise.
— Existe um descompasso entre o comércio desses bens e a prestação de serviços relacionados a eles. A retomada só se dará quando a retomada dos demais segmentos estiver consolidada. O desempenho do comércio desses bens, visível na PMC, pode ser interpretado como o início da recuperação das vendas perdidas no período mais intenso da crise - explica o economista da Federação, Luciano Córdova.

Todos os demais segmentos apresentaram crescimento na receita, com destaque para os serviços prestados às famílias, que incluem restaurante, salão de beleza, espetáculos, hotelaria, educação etc, com alta de 20,3%, resultado do arrefecimento da inflação e leve recuperação do emprego.

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