Embora o faturamento continue caindo no
setor de serviços em Santa Catarina, os dados sinalizam estabilidade no nível
de queda. O setor está no vermelho desde julho do ano passado. Segundo a
Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada pelo IBGE nesta quarta-feira, a receita
nominal dos serviços no Estado retraiu em 0,4% em junho na comparação com o
mesmo mês do ano anterior. No acumulado de 12 meses, a variação ficou em -3,3%.
No Brasil, o índice registrou alta de 3,2% em relação a 2016 e 0,6% de junho de
2016 a junho de 2017.
As atividades turísticas, que costumam
puxar os indicadores para cima em Santa Catarina, tiveram alta de 15,9% na
comparação com o mesmo período de 2016 e de 7,9% no resultado acumulado em 12
meses, acima da média nacional de 2,1%.
Esse resultado foi visível em Balneário
Camboriú e região. Segundo João Francisco Barão, presidente do Convention &
Visitors Bureau, associação que reúne empresas de turismo, em julho de 2017 a
taxa de ocupação na hotelaria foi 25% maior do que no ano passado. Ele atribui
isso à ampliação no movimento do Aeroporto de Navegantes, ao fato de que os
brasileiros estão viajando mais dentro do país e ao trabalho de divulgação
feito em parceria do setor privado e prefeitura, que divulgou região em mais de
30 cidades de outros Estados, como São Paulo e Minas Gerais.
— Ano a ano Balneário Camboriú vem se
consolidando como destino turístico em julho.
Embora uma cidade de praia, muito do
movimento no inverno se deve às casas noturnas, famosas no mundo inteiro, e a
atrações vizinhas que têm Balneário Camboriú como um polo hoteleiro, como o
parque Beto Carrero World.
O presidente da Fecomércio SC, Bruno
Breithaupt, pondera que a redução na inflação, a recuperação da renda das
famílias e início da retomada do crédito no Estado devem influenciar
positivamente nos números ainda neste ano.
— Seguindo a tendência geral da economia,
os serviços apresentarão melhores desempenhos no decorrer de 2017, mas não será
uma forte recuperação. O cenário ainda é de bastante cautela por parte da
indústria e de crise fiscal nas esferas governamentais, dois dos principais
demandantes dos serviços - avalia.
O resultado negativo no mês foi puxado pela
queda de 12,3% na receita do segmento de informação e comunicação. Na avaliação
da Fecomércio SC, esses serviços tendem a ser os últimos a apresentar
resultados negativos, já que as atividades são fundamentais para o
funcionamento dos negócios, mas também os últimos a saírem da crise.
— Existe um descompasso entre o comércio
desses bens e a prestação de serviços relacionados a eles. A retomada só se
dará quando a retomada dos demais segmentos estiver consolidada. O desempenho
do comércio desses bens, visível na PMC, pode ser interpretado como o início da
recuperação das vendas perdidas no período mais intenso da crise - explica o
economista da Federação, Luciano Córdova.
Todos os demais segmentos apresentaram
crescimento na receita, com destaque para os serviços prestados às famílias,
que incluem restaurante, salão de beleza, espetáculos, hotelaria, educação etc,
com alta de 20,3%, resultado do arrefecimento da inflação e leve recuperação do
emprego.
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