Uma
das figuras mais respeitadas em Havana é o escritor Ernest Hemingway, Prêmio
Nobel de Literatura, autor dos livros “O Velho e o Mar”, “Morte ao Entardecer”,
“O Sol Também se Levanta”, “Por Quem os Sinos Dobram”, “Verdes Colinas da
África”, “Paris é uma Festa”, entre outros.
Fui
visitar a habitação em que ele viveu na década de 1930, o quarto 511, no quinto
andar o Hotel Ambos Mundos, no centro de Havana. Lá está sua cama, a velha
máquina de escrever, sua mesa de trabalho e alguns de seus livros, além de
fotos, recortes de jornais e do telegrama que recebeu em 28 de outubro de 1954,
enviado de Estocolmo, Suécia, comunicando a outorga do Prêmio Nobel, que ele
não pode receber pessoalmente, devido às seqüelas deixadas por uma série de
acidentes de avião consecutivos na África e ao seu delicado estado de saúde.
Ele acabou recebendo o título e a medalha algum tempo depois, na Embaixada
Sueca de Havana.
Uma curiosidade: o
longo da vida do escritor, o tema suicídio aparece em escritos, cartas e conversas com
muita frequência. Seu pai suicidou-se em 1929 por problemas de saúde e
financeiros. Sua mãe, Grace, dona de casa e professora de canto e ópera, o
atormentava com a sua personalidade dominadora. Ela enviou-lhe pelo correio a
pistola com a qual o seu pai havia se matado. O escritor, atônito, não sabia se
ela queria que ele repetisse o ato do pai ou que guardasse a arma como
lembrança.
Aos 61 anos e
enfrentando problemas de hipertensão, diabetes, depressão e perda de memória, Hemingway decidiu-se pela primeira alternativa. Todas as
personagens deste escritor se defrontaram com o problema da "evidência
trágica" do fim. Hemingway não pôde aceitá-la. A vida inteira jogou com a
morte, até que, na manhã de 2 de julho de 1961, tomou um fuzil de caça e
disparou contra si mesmo. Recentemente uma de suas netas também se matou.
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