Na lista dos três principais motivos pelos
quais turistas estrangeiros desembarcam no Brasil, o segmento de negócios e
eventos deve voltar a crescer novamente em 2017, após queda média de 0,5% nos
últimos dois anos. A expectativa, em nível nacional, está vinculada à retomada
(ainda que lenta) da economia, o que deve impulsionar uma reação das
corporações brasileiras, que diminuíram gastos no período. De acordo com
empresários do ramo de viagens de negócios, a demanda por este segmento no País
já está dando sinais desta reação desde o final do ano passado, com retomada de
crescimento nas vendas.
"O lazer ainda está muito limitado
devido à crise, mas as corporações precisam investir. É um gasto necessário
para a saúde financeira delas, inclusive", avalia o CEO da Maringá
Turismo, Marcos Arbaitman. "A pessoa pode até não viajar por lazer para
economizar, mas o setor corporativo precisa que os profissionais compareçam a
congressos e reuniões", concorda o presidente regional da Associação
Brasileira de Agências de Viagens (Abav-RS), João Augusto Machado. O dirigente
destaca que, no Estado, ocorreu inclusive a migração de empresas do ramo para o
atendimento exclusivo do nicho. "Teve muita agência que virou especialista
em eventos, pois este é um ramo que não tem queda acentuada."
Arbaitman embasa que o mercado de passagens
aéreas caiu 14,7% em 2016 frente ao ano anterior, muito por causa das viagens
de lazer. "De janeiro a outubro do ano passado, a Maringá teve uma queda
de 8,7%, ainda assim conseguiu cair menos que o mercado", pondera o
executivo. Em novembro, a empresa - que trabalha tanto com o segmento de lazer
quanto com o de negócios - registrou uma recuperação, que se consolidou em
dezembro, quando obteve crescimento de 12% em vendas. "Estamos retomando a
normalidade", comemora Arbaitman.
No entanto, de acordo com o presidente do
Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região (Sindha), Henry
Chmelnitsky, quando se fala de receptivo na capital gaúcha, um dos desafios
deste ano será captar novos eventos para a cidade. "Desde 2015, não temos
tido realizações importantes neste sentido, e a taxa de ocupação hoteleira em
Porto Alegre está em 40% - ou seja, muito abaixo de sua capacidade."
De acordo com o Ministério do Turismo
(MTur), entre 2011 e 2015, o segmento corporativo respondeu por 20,2% da
entrada de pessoas do exterior no País, sendo superado apenas por visitas de
lazer (51,3%) e visitas a parentes ou amigos (25,2%). Mas, de acordo com os
dados do MTur, as viagens de negócios e eventos foram as que geraram as maiores
receitas per capita/dia (US$ 82,48 contra US$ 56,26 do total).
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