Após a divulgação da redução dos gastos de
brasileiros no exterior pelo Banco Central, o ministro do Turismo, Henrique
Eduardo Alves, afirmou que o recuo de 32% do montante gasto por turistas do
Brasil em outros países era esperado, uma vez que o aumento do dólar e a
melhoria da competitividade dos destinos brasileiros vêm mudando o
comportamento dos viajantes e o turismo doméstico ganhou força no país.
“Temos verificado mês a mês que a intenção
de viagens ao exterior tem recuado e que os brasileiros vêm optando cada vez
mais por destinos nacionais. Acredito que essa mudança tenha inúmeras razões,
mas sem dúvida a alta do dólar e a melhoria na infraestrutura e na oferta de
nossas cidades contribuíram para isso. Temos variadas opções dentro do Brasil,
para quem quer curtir destinos de praia, culturais, gastronômicos, para quem
quer vivenciar novas experiências e apreciar nossa rica biodiversidade”,
afirmou.
Para Henrique Eduardo Alves, o que deixou
de ser gasto lá fora pode impactar positivamente a economia do país. “A
diferença entre o que foi gasto em 2015 e 2014 é de mais de US$ 8 bilhões. No
câmbio atual, são mais de R$ 32 bilhões e uma parte desse valor pode ficar no
país e movimentar a economia turística doméstica. É uma oportunidade de atrair
e cativar um público diferenciado para todos que trabalham no setor”.
BALANÇA COMERCIAL DO TURISMO
De janeiro a dezembro do último ano, os
estrangeiros deixaram US$ 5,844 bilhões no Brasil enquanto os brasileiros
gastaram US$ 17,357 bilhões no exterior. A diferença gerou um déficit de US$
11,513 bilhões frente aos US$ 18.724 bilhões negativos de 2014. É o menor
montante desde 2010, quando o valor ficou em US$ 10,704 bilhões negativos. O
principal motivo do recuo foi a redução significativa nos gastos dos turistas
brasileiros fora do Brasil. O montante passou de US$ 25,567 bilhões para US$
17,307 bilhões, uma retração de 32%.
A receita do Brasil com a entrada de
dólares pelo turismo também caiu. Passou de US$ 6.843 bilhões para US$ 5.844
bilhões, uma retração de 14,6%. De acordo com a análise técnica, a queda é
fruto da valorização do dólar frente ao real e ao aumento do fluxo turístico
gerado pela Copa do Mundo Fifa de 2014.
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